Há vários anos que tenho alguns problemas com a forma como as calculadoras são usadas no ensino. Tornaram-se obrigatórias, são mais baratas do que a maioria dos smartphones que os alunos usam — e, ainda assim, ficam muito atrás deles.
Agora… todas “têm de ter Python”. (???)
Como já referi antes, não gosto da ideia de usar calculadoras programáveis em que o código útil e prático tem de ser escrito num computador e não directamente na máquina.
O programa de geometria do texto anterior foi totalmente escrito na calculadora, em Basic.
Fazer isso em Python é hercúleo e pouco prático.
Não tenho nada contra escrever e correr Python num computador, ou até num smartphone.
Mas não é prático ter de recorrer a um computador para escrever código para uma calculadora.
A verdadeira ideia de uma calculadora é ser usada para resolver problemas on the fly. Isso pode incluir escrever código directamente nela — e nenhuma das calculadoras actuais é prática nesse aspecto (relativamente a Python). Para isso, prefiro um tablet, um smartphone ou um computador.
No meu caso, que tenho dores crónicas, o Basic das Casio e Texas Instruments é muito mais prático que o Python num PC.
O código do programa do texto anterior foi escrito directamente na calculadora, comigo deitado, depois de ter deduzido as fórmulas com papel e lápis!
Eu escrevo Python e Bash remotamente num terminal no meu smartphone, ligado via Wifi a um dos meus Raspberry Pis (são single board computers, por isso para mim têm género masculino).
Mas não nas minhas calculadoras.
O problema não é o Python.
É tentarem impor o Python em calculadoras numa sociedade onde já existem tablets, smartphones… e Raspberry Pis.
Nas calculadoras, o Basic ainda é a linguagem mais prática para escrever directamente na máquina.
Se querem mesmo que o Python se torne mais interessante nelas, repensem as calculadoras.
Não é só impor Python à força por ser a linguagem da moda e esperar que tudo corra bem…

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